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10/11/2021

Hidrogênio Verde: o combustível do futuro

Brasil tem condições de produzir o insumo pelo melhor preço do mundo

De olho na descarbonização da economia, o Governo Federal apresentou, em julho deste ano, uma proposta de diretrizes para o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2).

De acordo com o documento elaborado pelo Ministério de Minas e Energia, “o mercado mundial de hidrogênio é bastante relevante atualmente, sendo estimado ter respondido entre US$ 110 a US$ 136 bilhões em 2019, majoritariamente para uso não energético, em aplicações que incluem a produção de intermediários para fertilizantes, indústria alimentícia e produção de derivados de petróleo”.

O hidrogênio verde já vem sendo considerado uma alternativa para setores de difíceis abatimento de emissões de carbono, por também se constituir como um vetor de energia – possibilitando o armazenamento da mesma e favorecendo os setores de indústria e transporte.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), cerca de 70% da produção de hidrogênio mundial é baseada na reforma do metano a vapor usando gás natural como insumo. No entanto, espera-se que o hidrogênio produzido pela eletrólise da água, a partir da eletricidade gerada por fontes renováveis (verdes) como a hidroeletricidade, a eólica e a solar, seja competitivo até 2030.

POTENCIAL PARA CRESCER

Com fonte de energias renováveis em vantagem, infraestrutura de energia, cadeia de suprimentos e recursos humanos, o Brasil conta com projetos de hidrogênio verde em andamento.

Este ano, o governo do Ceará implantou um HUB de Hidrogênio Verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, com o objetivo de reduzir a emissão de poluentes com novos investimentos e, ainda, ampliar as oportunidades de negócios e geração de empregos no local. A iniciativa foi apresentada pelo coordenador do Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Joaquim Rolim, na COP26.

“A Região Nordeste possui um enorme manancial para a geração de energia limpa, renovável e a preços competitivos. Além disso, temos a complementaridade entre as fontes eólica e solar, com atributos de produtividade diferenciados a nível mundial. E o Ceará atua com destaque neste tema tão relevante”, afirmou Rolim, que representou, por meio da FIEC, cerca de 40 associações industriais do estado.

O Ceará conta com 12 memorandos de entendimento firmados com conglomerados internacionais para o desenvolvimento do hidrogênio verde, que vem adquirindo status de “combustível do futuro”. A Federação das Indústrias do Estado do Ceará disponibiliza um atlas de energia eólica e solar do estado, com informações disponíveis a possíveis investidores.

“No futuro, ocorrerá uma aceleração da competitividade do hidrogênio verde, e já estamos nesse caminho. O Brasil entra no mapa mundial do crescimento verde com as condições de ter o hidrogênio verde mais barato do mundo”, completou o coordenador.

Atuante no estado do Ceará, a empresa de energia Fortescue Future Industries alega que a região oferece vantagens para o setor. O CEO na América Latina da empresa, que se apresenta como uma liderança global na energia limpa e na indústria de produção verde, Augustin Pichot, afirmou, em vídeo gravado para a mesa da COP26: “O Brasil tem uma significativa qualidade e abundância de energia renovável em um mercado sofisticado; e o Ceará possui uma infraestrutura atrativa no Porto de Pecém e uma localização estratégica. É por isso que acreditamos que o Brasil pode estar na vanguarda das energias renováveis. É um prazer trabalhar no Brasil para desenvolver essas importantes oportunidades em um mundo que precisa se descarbonizar”.

Também por meio de vídeo gravado especialmente para a ocasião, o presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, ressaltou que as previsões relacionadas ao hidrogênio verde são as melhores possíveis no estado.

“O H2V vai mudar as condições socioeconômicas e financeiras do Ceará. A prioridade da FIEC agora é trabalhar muito, gerar muito emprego, fazer com que as indústrias voltem a contratar. Eu sinto que a retomada da economia está acelerada e a gente precisa estimular”, disse.