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Cooperacre coloca tecnologia e inovação a serviço da produção sustentável na Amazônia

11/10/2024 23:45
Cooperacre coloca tecnologia e inovação a serviço da produção sustentável na Amazônia

A floresta amazônica conta com um imenso potencial de economia ecológica e produção agrícola sustentável. A Cooperacre (Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre), referência no progresso econômico verde, está tornando a região uma referência no tema.

Fundada em 2001, a Cooperacre nasceu a fim de reunir as cooperativas extrativistas do estado para buscar melhores condições comerciais e oportunidades de negócios. De início, ela contava apenas com um galpão na capital Rio Branco, mas começou a crescer a partir de 2003, com a sua primeira indústria de beneficiamento de castanha-do-Brasil. Hoje são três plantas industriais só para as castanhas e cinco ao todo.

Segundo Francisco Weverton, coordenador do setor de projetos da Cooperacre, a mais recente delas, inaugurada em 2016, é “uma das maiores e mais modernas indústrias de processamento no segmento no Brasil”.

A Cooperacre atua com foco em proporcionar renda para os cooperados por meio de produtos de alta qualidade e uma produção ambientalmente sustentável. Tanto é que, nas fábricas, as cascas de castanha são utilizadas para produzir biocombustível, que abastece a própria unidade.

A proteção ao meio ambiente, inclusive, é essencial para a perenização da cooperativa, uma vez que o desmatamento põe em risco a saúde das castanheiras. Hoje, a Cooperacre é a maior produtora de castanhas-do-Brasil no país e tem planos para ser a maior do mundo no futuro.

 

Infraestrutura em prol do ambiente

A produção de castanha da Cooperacre ajuda, ainda, no progresso econômico do estado, pois representa uma fatia considerável das exportações acrianas. Além disso, a cooperativa vem expandindo o seu portfólio de produtos, dando mais opções para gerar riqueza aos produtores locais, com apoio da tecnologia e da inovação.

Atualmente, a Cooperacre possui 30 galpões comunitários para armazenamento, quatro galpões centrais e cinco indústrias para beneficiamento de castanha, polpas de frutas e látex. Seus produtos são certificados, orgânicos e livres de toxinas.

Para aliar o aumento na produção e a preservação ambiental, a Cooperacre contou com apoio do Fundo Amazônia, criado pelo Governo Federal para dar suporte a ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoção da conservação na região amazônica.

O projeto “Fortalecendo a Economia de Base Florestal Sustentável”, concluído em 2019, recebeu quase R$ 5 milhões do fundo. A iniciativa atuou em prol de pequenos proprietários a apresentou diversos resultados positivos para bioeconomia da floresta acriana, como a restauração de áreas degradadas e modernização do processo produtivo.

Diversidade produtiva

Em paralelo a isso, desde sua fundação, a Cooperacre está presente na cadeia produtiva da borracha nativa do estado, sendo responsável pelo tratamento e a comercialização dos insumos. Extraída do látex – uma seiva leitosa que sai da casca da seringueira – a produção de borracha da Cooperacre preza pelo cuidado com o meio ambiente.

Nessa seara, em 2017, a cooperativa começou a operar sua usina de beneficiamento de GEB (Granulado Escuro Brasileiro). Isso fez com que a Cooperacre se consolidasse como a maior compradora de borracha da região Norte do país.

Além disso, a Cooperacre também atua na cultura de 10 espécies de frutas tropicais e nativas, que são comercializadas no mercado de polpas congeladas por todo o território nacional, e palmito de pupunha.

Agora, em 2024, a Cooperacre se prepara para iniciar a operação da mais moderna agroindústria de beneficiamento de frutas tropicais da região norte, assim como operações de beneficiamento de Cafés Robusta Amazônicos.

“Com essa estratégia de ampliação e diversificação da base produtiva, a Cooperacre acredita que estará oferecendo mais opções para as famílias produtoras utilizarem suas áreas de forma otimizada, gerando mais alternativas de produção sustentável e renda para as famílias extrativistas e da agricultura familiar na Amazônia”, explica Weverton

 

Foco nas pessoas e na natureza

A Cooperacre foi criada na proposta de aprimorar as condições comerciais dos produtores locais, de forma a gerar mais renda para as famílias e desenvolver toda a comunidade. E essa lógica segue pautando as atividades da cooperativa, que gera emprego e impactos econômicos indiretos.

Com seu portfólio diversificado de produtos compatíveis com a preservação florestal, a Cooperacre também contribui para a diversificação da atividade econômica nas reservas extrativistas e dos assentamentos da reforma agrária na região amazônica.

“A promoção de uma economia de baixo carbono e alta inclusão social está no cerne da estratégia de negócios da Cooperacre”, diz Francisco Weverton ao Cooperação Ambiental.

Tudo isso se torna possível quando os produtos locais são competitivos tanto no mercado nacional quanto para exportação. Os produtos da Cooperacre já marcam presença na maioria dos estados brasileiros, além de Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Holanda, Itália, Kuwait, Peru, Lituânia, Rússia e Chile.

Inovação reconhecida

“A inovação é um processo natural para se manter mercado e a Cooperacre está sempre buscando formas de aprimorar os procedimentos e processos produtivos tanto nos territórios da produção familiar agroextrativista, assim como nas agendas contemporâneas de fortalecimento de uma economia de baixas emissões de carbono com inclusão social na Amazônia Brasileira”, narra o coordenador do setor de projetos.

Tanto é que a Cooperacre venceu o Prêmio SomosCoop 2022, realizado pelo Sistema OCB, na categoria inovação. O projeto premiado da Cooperacre, “Fortalecendo o Extrativismo e Viabilizando o Desenvolvimento Sustentável Através da Tecnologia”, contribuiu para que a cooperativa, além de melhorar seus produtos, conseguisse reduzir os riscos de contaminação.

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