No próximo dia 19 de novembro, durante a COP29 em Baku, Azerbaijão, o Sicredi irá destacar sua carteira de finanças verdes no painel Cooperativismo e Finanças Sustentáveis, no Pavilhão Brasil. Ao lado do Sicoob e da Cresol, a coop participa das discussões sobre como as cooperativas de crédito brasileiras lideram iniciativas em prol do desenvolvimento responsável e da preservação ambiental, com destaque para as ações que promovem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e reforçam o compromisso do Brasil com as metas do Acordo de Paris.
Com mais de 120 anos de atuação, o Sicredi é um dos principais motores do desenvolvimento sustentável no Brasil e expandiu suas operações para atender a agricultores familiares e pequenos produtores, além de fomentar negócios locais. Pioneiro no apoio ao agronegócio a cooperativa se compromete a transformar a vida de seus membros e das comunidades onde atua, a partir da adoção de práticas e produtos financeiros que visam, para além dos resultados econômicos, impactos sociais e ambientais positivos.
Para Pedro Lutz Ramos, superintendente de Tesouraria do Sicredi, a participação na COP29 permitirá destacar o papel das cooperativas de crédito na promoção de atividades sustentáveis e na inclusão financeira de comunidades vulneráveis. Ele ressalta que elas financiam a transição para uma economia verde e, também, apoiam comunidades a enfrentarem os impactos assimétricos das mudanças climáticas, considerando as desigualdades geográficas e de renda. “Minha expectativa é que possamos voltar da COP29 com uma imagem ainda mais positiva das cooperativas de crédito, tanto para as autoridades brasileiras e o público nacional presente quanto para a comunidade internacional. Queremos mostrar como nossa atuação é única e como estamos promovendo a resiliência social, econômica e climática nas nossas comunidades, além de impulsionar práticas mais verdes em prol da transição energética”, destacou.
Para sustentar esse compromisso, o Sicredi implementou o Sustainable Finance Framework, um conjunto de diretrizes que abrange tanto categorias de impacto verde quanto social. No âmbito das finanças verdes, a cooperativa oferece linhas de crédito para iniciativas em energia renovável, gestão de recursos naturais, construções sustentáveis, eficiência energética, transporte limpo e saneamento básico. Na esfera social, a cooperativa apoia serviços voltados à inclusão, educação financeira, financiamento para micro e pequenas empresas (PMEs), produção rural familiar, infraestrutura básica e projetos para pessoas com deficiência.
Hoje, o Sicredi possui uma carteira de financiamento verde que ultrapassa US$ 10 bilhões, segundo a taxonomia de sustentabilidade da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), e tem o potencial de evitar a emissão de 14 milhões de toneladas de CO2. “Esse portfólio expressivo representa o compromisso da cooperativa em impulsionar uma transição para uma economia de baixo carbono e apoiar os agricultores na adoção de práticas ambientalmente responsáveis”, acrescenta Pedro.
Atualmente, a cooperativa é também um dos maiores financiadores de geração de energia solar em micro e mini escala no Brasil, com fomento ao desenvolvimento de sistemas de energia renovável em pequena escala, acessíveis a produtores rurais e cooperados, além de contribuir significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Donas do Negócio
Outro destaque da instituição de crédito é inclusão financeira e o fortalecimento do empreendedorismo feminino por meio de programas como o Donas do Negócio. A iniciativa busca proporcionar às micro e pequenas empresárias acesso facilitado a linhas de crédito e oferecer educação financeira personalizada. “O objetivo do programa é desenvolver e fortalecer a capacidade de gestão de mulheres, com a promoção do crescimento econômico e fortalecimento de suas comunidades. Além de oferecer suporte financeiro, o Sicredi se compromete com a formação de lideranças femininas em um ambiente de trabalho mais inclusivo e equitativo”, explica Pedro.
Com essa abordagem, o projeto contribui diretamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o ODS 1 Erradicação da Pobreza, ODS 5 Igualdade de Gênero, ODS 8 Trabalho Decente e Crescimento Econômico e ODS 10 Redução das Desigualdade.
Para Tania Zanella, superintendente do Sistema OCB, as mulheres desempenham papel essencial na economia e no desenvolvimento sustentável. “É preciso garantir, de forma consolidada, que a força feminina tenha as mesmas oportunidades de liderança e sucesso que homens. A partir de projetos como o Donas do Negócio, é possível oferecer suporte financeiro e educacional para que o empreendedorismo feminino prospere e ajude a construir comunidades mais fortes e sustentáveis”, explicou.
Riscos Climáticos
Em relação à sustentabilidade e à gestão dos riscos climáticos, o Sicredi trabalha em três frentes principais: a mensuração e redução das emissões de atividades financiadas, a gestão de riscos climáticos e o apoio aos cooperados na adaptação e na resiliência frente às mudanças climáticas. Ao monitorar as emissões das atividades financiadas, a cooperativa busca reduzir seu impacto ambiental, enquanto a gestão de riscos visa identificar e mitigar possíveis desafios que o setor rural enfrentará nos próximos anos, devido ao aquecimento global e suas consequências.
Com o segundo maior volume de financiamento para o crédito rural no Brasil, o Sicredi tem uma metodologia de apoio ao agronegócio que se baseia em princípios de sustentabilidade e inovação tecnológica. Entre os destaques estão os sistemas integrados de lavoura-pecuária-floresta e iniciativas para evitar as emissões de metano, fundamentais para alcançar uma agricultura de baixo carbono. Essas práticas promovem a sustentabilidade do solo e melhoram a produtividade, contribuindo para a captura de carbono e a redução de emissões.
O compromisso do Sicredi com o desenvolvimento sustentável é complementado pela expansão de linhas de crédito voltadas a práticas agrícolas regenerativas e a tecnologias que permitam o aumento da produtividade com menor impacto ambiental. A cooperativa também investe na capacitação de seus cooperados, para que eles possam incorporar essas práticas em suas atividades diárias, aumentando sua competitividade e promovendo a sustentabilidade a longo prazo.