As cooperativas já são protagonistas na utilização de energia gerada a partir de dejetos de animais com a produção de biogás e biometano em suas produções agrícolas. Agora, mais um passo em defesa do desenvolvimento sustentável está prestes a ser dado no Paraná com a produção do chamado hidrogênio verde. A iniciativa será desenvolvida por meio de parceria público-privada entre as cooperativas Coopersan e Ambicoop, o governo do Paraná, a Companhia Paranaense de Gás e o Ministério Federal Alemão de Economia e Proteção Climática, por meio do Programa H2Uppp.
A produção do hidrogênio verde se dá por meio de eletricidade oriunda de meios orgânicos e processos limpos, com uso total de energia renovável em seu processo de transformação. O projeto, além estimular o reaproveitamento de dejetos e a utilização de energia limpa, impactará na redução de custos e, por consequência, no aumento da renda do cooperado. A iniciativa é considerada essencial para a chamada transição energética em voga no mundo.
“O Oeste do Paraná tem um potencial incrível para produção de energia renovável com base biológica. Os biodigestores das cooperativas transformam passivos ambientais em ativos energéticos renováveis, biogás, biometano, energia elétrica e, em um futuro próximo, hidrogênio verde. Por isso, nós do Sistema OCB e Ocepar, estamos apoiando as cooperativas nestas iniciativas. O segredo do sucesso está na intercooperação”, destacou o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato. Ainda segundo ele, “o objetivo é garantir o protagonismo do cooperativismo na transição energética e, assim, possibilitar a diversificação de produtos e serviços, gerar renda, produzir ativos ambientais e conferir melhor qualidade de vida a comunidade local”.
A primeira versão do projeto será apresentada em fevereiro e antes de ser implementada passará por análise e discussões com o setor produtivo, instituições e governo para ser aperfeiçoada durante o mês de março. O lançamento oficial está previsto para abril durante o Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, em Foz do Iguaçu, Oeste do Paraná. A prévia do projeto será debatida no Show Rural Coopavel, que será realizado em Cascavel, em 9 de fevereiro. A planta da estrutura deve estar finalizada até o final deste ano e contemplará 332 fazendas de pecuária reunidas em uma cooperativa.
Capacidade
O projeto será financiado pelo H2Uppp, programa global comissionado pelo Ministério Federal Alemão de Economia e Proteção Climática (BMWK). O programa está presente em 17 países e estão previstos investimentos de 2,3 milhões de euros para estimular a transição para a energia limpa.
A cooperação Brasil-Alemanha prevê uma capacidade produtiva de 88 mil toneladas ano de hidrogênio verde e derivados. Os produtores, cooperados ou não, e a agroindústria terão atrativos para a instalação de biodigestores dentro de suas propriedades. No pacote para impulsionar a produção do biogás, do biometano e do hidrogênio verde estão os benefícios e estímulos tributários como subvenção às taxas de juros de financiamentos rurais.
Parceria
A PPP que ampliará o alcance da produção limpa envolve o trabalho das cooperativas Coopersan, de Toledo e Ambicoop, de Nova Santa Rosa; do governo do Paraná, por meio de seu Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), no âmbito do Programa Paraná de Energia Rural Renovável (RenovaPR), que já apoia o financiamento de usinas sustentáveis; da Companhia Paranaense de Gás; e do grupo alemão.