Os Certificados de Energia Renovável (Renewable Energy Certificate), mais conhecidos como Green Tags, estão sendo cada vez mais comercializados no Brasil. Eles funcionam como um selo de origem da energia elétrica consumida e cada certificado comprova que 1 MW/hora foi gerado por uma fonte eólica, solar, hídrica ou de biomassa. Empresas que desejam limpar seu consumo de energia e com isso reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE’s) vêm adquirindo estes certificados.
“Os certificados de energia renovável são muito importantes para o alcance da neutralidade de carbono. É uma possibilidade para quem ainda não consegue substituir a fonte energética de combustível fóssil, por exemplo, comprar esse certificado e neutralizar as emissões de gases do efeito estufa. Estes mecanismos contribuem para uma transição energética mais adequada, sem comprometer o desenvolvimento da atividade econômica. Esses certificados nos dão um fôlego e o cooperativismo tem um potencial muito grande para gerar energias limpas e ser emissor desses certificados”, analisou o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato.
O Brasil, segundo projeção do Instituto Totum, deverá dobrar o número de certificações em 2023. Ano passado foram negociados 22 milhões de certificados, quase o dobro em relação a 2021. A previsão para este ano está entre 45 milhões e 50 milhões de certificados. O crescimento exponencial é uma consequência da preocupação, cada vez maior, das empresas em limparem seu consumo de energia.
O país é o segundo maior mercado de I-RECs, os certificados de energia limpa, entre os países do chamado REC Standart, um sistema adotado na América Latina, Ásia e África. No entanto, em países onde as imposições ambientais são mais rígidas e a demanda pelo selo maior, como Europa e Estados Unidos, as transações oscilam entre 500 a 600 milhões de certificações por ano. A valoração financeira dos certificados não é conhecida, uma vez que as negociações ocorrem entre as geradoras, vendedoras e consumidores destas energias com rastreio.
Certificações brasileiras
Os selos vendidos no Brasil seguem orientações internacionais e também da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), da Associação Brasileira de Energia Limpa (Abragel), da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL) e da Associação Brasileira de Biogás e de Biometano (ABiogás).
A certificação I-REC, com seu sistema global de rastreamento de energia renovável em megawatts/hora, nos padrões internacionais, permite ao consumidor uma escolha consciente. Já a GAS-REC rastreia gás natural, ou biogás e biometano que são provenientes de usinas de produção renovável. Há ainda a Certificação de Melhores Práticas de Gestão de Energia Renovável como um reconhecimento as boas práticas de consumidores na compra ou geração de energia renovável.
O Programa de Certificação de Energia Renovável (REC Brazil), emitido pelas entidades já citadas, tem por objetivo fomentar o mercado de energia limpa com alto desempenho no aspecto de sustentabilidade em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O Selo de Energia Renovável abrange todos os tamanhos de consumidores e pode ser utilizado por empresas, entidades e órgãos que pretendem demonstrar que são usuários de energia renovável e sustentável.